Personagens de romances de cavalaria e Encantaria no Maranhão:
o encontro de dois mundos.
Resumo
Este artigo apresenta aspectos abordados na tese de Doutorado defendida em 2015, em Literatura Comparada, pela Universidade Federal Fluminense, que trata da presença de personagens da narrativa História do Imperador Carlos Magno e dos Doze Pares de França, na religião do Tambor de Mina maranhense. Numa de suas ramificações, a Encantaria, essas personagens ressurgem como entidades, instigando-nos a entender como aconteceu esse processo. Para chegarmos à compreensão do que podemos chamar de um fenômeno, que foge às teorias que envolvem a Literatura, adentramos o universo mítico daquela religião de matriz africana. Além disso, observamos as transferências de conhecimento, pelas Iyalorixás, através da oralidade e voltamos aos registros mais antigos dos romances vulgares ibéricos, que foram o embrião dos romances de cavalaria em prosa. Ainda que a tese tenha sido defendida há algum tempo, seu tema não se esgota e as reflexões aqui postas continuam muito relevantes.